Tudo passa de uma imagem que se apaga e desvanece em questões de minutos, segundos, se pensarmos que o tempo é uma vida inteira. Volto atrás e existe tanto que não me lembro e que com toda a certeza, na altura, pensaria que nunca iria esquecer.
Mas esqueci.
Esqueci de tanto que agora não me lembro de nada, e há tanto que eu gostava de me relembrar. Principalmente de palavras, de conversas que não tinham fim e que agora nem na memória mais recôndita existe. Existe a ideia, mas não o real.
É estranho isto da memória, relembra-nos o que não queremos, mas aquilo que deveria ficar foge a sete pés.
'Uma vez amei, julguei que me amariam. Mas não fui amado. Não fui amado pela única grande razão — Porque não tinha que ser. Consolei-me voltando ao sol e à chuva, E sentando-me outra vez à porta de casa. Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados Como para os que o não são. Sentir é estar distraído.' Alberto Caeiro
domingo, 24 de maio de 2015
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